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Como editor-chefe do Boteco Editorial, eu deveria me manter neutro. Deveria dizer que gosto igual de todas as nossas antologias, que não tem filho favorito, essas coisas. Mas sabe o quê? Isso seria uma grande mentira.
Eu tenho predileção pelo terror pulp, pelas narrativas escrachadas, pelo absurdo que não serve a outro propósito senão o de ser inexplicável. Essa é a minha formação no gênero, a bem da verdade.
Na minha adolescência, lia revistas de terror em quadrinhos, como a Kripta, a Spektro e a Calafrio. Na televisão, tinha Além da Imaginação e, no cinema, não posso deixar de mencionar o icônico A loja dos horrores, que mistura terror e comédia na dose certa. Mais tarde, vieram Arquivo X, Lost! e, mais recentemente, saiu O gabinete de curiosidade de Guillermo del Toro, com o seu imperdível episódio sobre ratos e ladrões de túmulos.
Essa é a minha praia. Não por acaso, o conto que mais gostei de escrever na minha carreira até hoje foi Hiperosmia, que está em Boteco Maldito. Mas quando se trata de antologia, da obra completa, da coisa que se encaixa de tal forma que você olha e pensa: "Mas pode isso?"; daí eu não tenho como não preferir Contos de Além-Mar.
A mais nova antologia do Boteco Editorial é o mais puro suco do horror do absurdo. Em seus contos, nada precisa fazer sentido e tudo, no fim das contas, se encaixa perfeitamente. Há quem diga que estão todos mortos, e isto aqui não é spoiler. Há quem diga que tudo não passa de um pesadelo, outros afirmam que Pasmaceiras é o inferno ou o purgatório. Todas essas especulações são válidas e nenhuma delas precisa ser verdadeira. Porque, como já dizia o agente Mulder, a verdade está lá fora. O problema é que, em Pasmaceiras, a verdade parece estar lá dentro das mentes das almas que à ilha foram condenadas.
Venha ler o nosso horror do absurdo e crie as suas próprias teorias da conspiração.